Mentiras sobre a pandemia que você aceita II

Em face a solicitações de leitores e o sucesso da primeira edição, o Sociedade Inteligente retorna para trazer mais mentiras que te contam sobre a pandemia e você aceita. Neste breve texto iremos focar em três mentiras sobre o Coronavirus: A propriedade em mencionar aonde surgiu, uma das supostas formas de contaminação, e o consenso em torno da gênese do vírus. Acompanhe e se gostar, compartilhe.

1. É xenofobia falar que o Coronavírus é um vírus chinês

A definição de xenofobia, pelo dicionário, é: Aversão ou rejeição a pessoas ou coisas estrangeiras. Com isso em mente, quando se observa a cronologia das notícias referentes à proliferação da Covid-19, talvez o único consenso que exista é que tudo começou em Wuhan, centro urbano chinês. Não obstante, a tese mais aceita por meios de comunicação (mesmo controversa) é que o vírus existia naturalmente em animais nos "mercados molhados", comuns no país, e pelo contato próximo de diversas espécies, foi se adaptando até conseguir infectar seres humanos. Com essas duas premissas, não é xenofobia falar em vírus chinês. Até porque muitos que falam na suposta xenofobia existente nessa locução, não condenam termos como "cepa brasileira", "variante britânica", etc.

2. O vírus pode ser contraído em contato com superfícies contaminadas ao acaso

A paranóia que se criou com álcool em gel para limpar superfícies tornou-se uma verdade aceita por praticamente todos. Entretanto, leia o trecho traduzido livremente diretamente do site do CDC dos EUA:

Estudos quantitativos de avaliação de risco microbiano (QMRA) foram conduzidos para compreender e caracterizar o risco relativo de transmissão de fômites [objetos inanimados] de SARS-CoV-2 e avaliar a necessidade e eficácia das medidas de prevenção para reduzir o risco [da contaminação]. Os resultados desses estudos sugerem que o risco de infecção por SARS-CoV-2 através da rota de transmissão de fômites [transmissão por superfícies inanimadas e contaminadas] é baixo e geralmente menor que 1 em 10.000, o que significa que cada contato com uma superfície contaminada tem menos de 1 em 10.000 chances de causar uma infecção.

Observe que há uma chance de 0.0001% de se contaminar, se porventura uma superfície foi tocada ou até mesmo alguém tenha espirrado em cima dela. Não que a higienização dos ambientes não sejam bem-vindas para evitar outros males mais prováveis de serem contraídos assim, como infecções bacterianas ou por outro tipo de vírus, contudo é praticamente impossível se contaminar com SARS-CoV-2 por superfícies.

3. Há consenso sobre a origem do vírus ter sido uma mutação natural em Wuhan

O ditado que fala "onde há fumaça, há fogo", tem sido usado ao longo dessa pandemia de forma seletiva. É preciso abandonar as paixões, dar um passo atrás e olhar novamente o cenário de uma forma mais fria e desapegada para uma leitura menos contaminada. Dito isso, a teoria mais aceita sobre a gênese do vírus chinês da Covid-19 é que ele surgiu através de mutações espontâneas pelo contato de múltiplas espécies que ficavam próximas e em situações sanitárias precárias. Mas, há uma tese que não pode ser descartada, pelo igual embasamento, que aborda a possibilidade do Coronavirus que migrou para o homem, ser na verdade fruto de pesquisas biológicas de um laboratório chinês localizado em Wuhan (cidade onde iniciou a contaminação). 

A esse respeito, o jornal The Washington Post aborda o tema, justiça seja feita, de forma mais isenta, dando esse passo atrás. Em análises sobre o tema, os jornalistas discutem a origem do mal que aflige a humanidade na atualidade, e algo que parece ser consenso é que não é possível definir a origem exata do vírus. A despeito da tese majoritária, há indícios de que o vírus possa ter escapado acidentalmente de laboratório:

  • Em 2018, o Departamento de Estado dos EUA, após visitas ao laboratório de Wuhan, emitiu alertas para as práticas pouco seguras que poderiam ocasionar escape de agentes biológicos e causar uma contaminação em massa;
  • Em meados de 2020, a Dr. Li-Meng Yan, que confirmava a origem não-natural da pandemia, alegou que sua mãe fora presa pelo regime comunista chinês após as acusações feitas por ela;
  • Em maio de 2021, Nicholas Wade, escritor que já passou pelas Revistas Science, Nature e pelo New York Times, escreveu um artigo sobre as origens da Covid-19, e ofereceu uma série de argumentos científicos e de análise de dados para corroborar a tese do surgimento em laboratório.
Pode-se não ser prudente afirmar que a contaminação começou de forma intencional por uma espécie de arma biológica, contudo há no mínimo uma séria desconfiança sobre um possível acobertamento de um acidente no laboratório de Wuhan que possa ter deixado escapar um tipo de Coronavirus que estava sendo estudado para infectar seres humanos. A conclusão é por sua conta.

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