Mentiras sobre a pandemia que você aceita II
1. É xenofobia falar que o Coronavírus é um vírus chinês
A definição de xenofobia, pelo dicionário, é: Aversão ou rejeição a pessoas ou coisas estrangeiras. Com isso em mente, quando se observa a cronologia das notícias referentes à proliferação da Covid-19, talvez o único consenso que exista é que tudo começou em Wuhan, centro urbano chinês. Não obstante, a tese mais aceita por meios de comunicação (mesmo controversa) é que o vírus existia naturalmente em animais nos "mercados molhados", comuns no país, e pelo contato próximo de diversas espécies, foi se adaptando até conseguir infectar seres humanos. Com essas duas premissas, não é xenofobia falar em vírus chinês. Até porque muitos que falam na suposta xenofobia existente nessa locução, não condenam termos como "cepa brasileira", "variante britânica", etc.
2. O vírus pode ser contraído em contato com superfícies contaminadas ao acaso
A paranóia que se criou com álcool em gel para limpar superfícies tornou-se uma verdade aceita por praticamente todos. Entretanto, leia o trecho traduzido livremente diretamente do site do CDC dos EUA:
Estudos quantitativos de avaliação de risco microbiano (QMRA) foram conduzidos para compreender e caracterizar o risco relativo de transmissão de fômites [objetos inanimados] de SARS-CoV-2 e avaliar a necessidade e eficácia das medidas de prevenção para reduzir o risco [da contaminação]. Os resultados desses estudos sugerem que o risco de infecção por SARS-CoV-2 através da rota de transmissão de fômites [transmissão por superfícies inanimadas e contaminadas] é baixo e geralmente menor que 1 em 10.000, o que significa que cada contato com uma superfície contaminada tem menos de 1 em 10.000 chances de causar uma infecção.
Observe que há uma chance de 0.0001% de se contaminar, se porventura uma superfície foi tocada ou até mesmo alguém tenha espirrado em cima dela. Não que a higienização dos ambientes não sejam bem-vindas para evitar outros males mais prováveis de serem contraídos assim, como infecções bacterianas ou por outro tipo de vírus, contudo é praticamente impossível se contaminar com SARS-CoV-2 por superfícies.
3. Há consenso sobre a origem do vírus ter sido uma mutação natural em Wuhan
O ditado que fala "onde há fumaça, há fogo", tem sido usado ao longo dessa pandemia de forma seletiva. É preciso abandonar as paixões, dar um passo atrás e olhar novamente o cenário de uma forma mais fria e desapegada para uma leitura menos contaminada. Dito isso, a teoria mais aceita sobre a gênese do vírus chinês da Covid-19 é que ele surgiu através de mutações espontâneas pelo contato de múltiplas espécies que ficavam próximas e em situações sanitárias precárias. Mas, há uma tese que não pode ser descartada, pelo igual embasamento, que aborda a possibilidade do Coronavirus que migrou para o homem, ser na verdade fruto de pesquisas biológicas de um laboratório chinês localizado em Wuhan (cidade onde iniciou a contaminação).
A esse respeito, o jornal The Washington Post aborda o tema, justiça seja feita, de forma mais isenta, dando esse passo atrás. Em análises sobre o tema, os jornalistas discutem a origem do mal que aflige a humanidade na atualidade, e algo que parece ser consenso é que não é possível definir a origem exata do vírus. A despeito da tese majoritária, há indícios de que o vírus possa ter escapado acidentalmente de laboratório:
- Em 2018, o Departamento de Estado dos EUA, após visitas ao laboratório de Wuhan, emitiu alertas para as práticas pouco seguras que poderiam ocasionar escape de agentes biológicos e causar uma contaminação em massa;
- Em meados de 2020, a Dr. Li-Meng Yan, que confirmava a origem não-natural da pandemia, alegou que sua mãe fora presa pelo regime comunista chinês após as acusações feitas por ela;
- Em maio de 2021, Nicholas Wade, escritor que já passou pelas Revistas Science, Nature e pelo New York Times, escreveu um artigo sobre as origens da Covid-19, e ofereceu uma série de argumentos científicos e de análise de dados para corroborar a tese do surgimento em laboratório.
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