Editorial: Desinformação é a estratégia.
Nos últimos dias agências de checagem de fatos (AFP e AosFatos) anunciaram que a cidade de Chapecó não obteve êxito no tratamento precoce da Covid-19, pois o número de mortes aumentou a despeito da cidade ter adotado a medida como política de prevenção à pandemia. Porém o embasamento para tal afirmativa é única e exclusivamente uma tabela que apresenta a ocupação de leitos na cidade, conforme abaixo, retirado de fonte da agência AFP:
Fonte: https://perma.cc/YJ9W-Z7RR |
Ao observar todo o quadro de Chapecó disponibilizado no Painel Covid, e não apenas uma variável, o que se observa é que em 01/03 (início da segunda onda no Brasil) foram registrados 25.117 casos e 289 mortes por Covid no município. Uma proporção de pouco mais de 1,15% de mortes dentre os infectados. No último dia 25/06, o número de casos era de 35.325, com 649 mortes, número que representa 1,84% de mortes dentre os infectados. Olhando inocentemente os números, parece que não houve grandes mudanças. Contudo, o número de mortes dentre os infectados no período teve salto em 60%, ou seja, a doença ficou 60% mais letal mesmo após o início da vacinação. Essa variância demonstra duas coisas: O número de casos aumentou sim, e, proporcionalmente, o número de mortes aumentou ainda mais. Certo, mas afinal, o que isso tem a ver com tratamento precoce?
Cabe salientar que o tratamento precoce é de livre indicação médica e a pessoa toma se quiser. Portanto não se pode relacionar diretamente uma suposta ineficácia de medicamentos ao aumento de casos. Já por outro lado, as vacinas, por serem compreendidas como cientificamente eficazes, a adesão das pessoas é maior, e os imunizantes são responsáveis pelas respostas imunológicas do corpo quando atacado pelo Coronavírus, e devem agir para evitar o agravamento do quadro. E aqui é onde o real problema está. O aumento de 60% na mortalidade do vírus não é fruto da ineficácia de um tratamento que não é indicado para pacientes graves e é opcional (e desacreditado por muitos), mas sim de vacinas pouco eficazes (mas tomadas como a solução da pandemia). Afinal, após a contaminação, a vacina deveria agir e prevenir as mortes (frase dita em exaustão pelos defensores dos imunizantes), mas parece que não é o que está acontecendo.
A agência Aos Fatos ainda foi além e comparou o caso de Chapecó com o de Araraquara, icônico pelo severo e prolongado lockdown. Fazendo a mesma análise, em 01/03, Araraquara apresentava um número de 11.366 casos confirmados para 181 mortes, proporção de 1,59% de mortalidade. Proporcionalmente acima de Chapecó. Continuando, no último dia 25/06, Araraquara apresentou 20.881 novos casos com 431 mortes. Além de praticamente dobrar o número de casos, mesmo com o lockdown implantado, Araraquara viu a mortalidade dentre os contaminados saltar para 2,06%. Ou seja, pode ser usada a mesma argumentação para se falar na ineficácia do lockdown ou até mesmo as vacinas que não impediram o aumento no município.
Imagem retirada do Twitter. |
Antes que haja comentários sobre eu desacreditar vacinas, acredito que a pessoa deva ser livre para realizar suas escolhas e arcar com riscos e consequências. O que eu realmente não concordo e não vejo comprovação é no isolamento pregado pelos "lockdownlovers". Porém os dados citados demonstram que a vacinação em massa ou ainda não surtiu efeito no número de mortes por Covid, mesmo após mais de 3 meses de campanha de vacinação em massa, ou o tratamento precoce não funciona. O único fato que, aqueles que se dizem "donos da verdade", deveriam noticiar é isso. Mas, como há a politização de tudo nessa pandemia, e a mídia brasileira, no seu chiqueiro já escolheu o que defender (mesmo se dizendo isenta), não é possível, infelizmente, um debate moderado e racional em torno desse tema.
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