Editorial: Pesquisas eleitorais, a farsa.

Por Thiago Barbosa

A imagem acima pode ser confundida com alguma manifestação de 2014 pelo impeachment da ex-Presidente petista Dilma Roussef (após ganhar eleições de forma duvidosa). Mas essa imagem foi deste sábado agora, dia 15/05/2021. E digo isso com muita propriedade, pois estive presente na gigantesca manifestação, e afirmo: Não há nenhum truque na imagem, é exatamente como você está vendo. Uma imensa multidão ouvindo um homem falar, que de fato muitos não gostam, mas muitos gostam também.

Quando se fala na aprovação ou rejeição de Jair Bolsonaro, é preciso se distanciar das paixões políticas e enxergar o quadro como ele é hoje de forma racional. Há muitos que rejeitam o mandatário nacional pelo seu jeito truculento, desajeitado nas palavras, ou por suas posições políticas que podem não agradar. E essa parte da população é sim considerável, e divide-se basicamente em dois grupos mais relevantes: O grupo da extrema-esquerda que reúne apoiadores petistas, psolistas, comunistas, lacradores; e o grupo intitulado pelos apoiadores do Presidente de "New Left". E há também aqueles que apoiam Bolsonaro, formando um núcleo político muito mais sólido do que os demais.

A esquerda tradicional todos conhecem pelo seu histórico no país. Violenta e despudorada é uma parcela da sociedade protetora de bandidos e corruptos, por ter a maioria dos seus atores políticos  inseridos nesses dois últimos grupos, e com condenações já comprovadas na maioria das instâncias do Judiciário. A New Left é um fenômeno que surgiu com a cisão na base de apoio bolsonarista. Bolsonaro sempre foi autenticamente militar conservador, e suas posições começaram a incomodar pseudoliberais como Movimento Brasil Livre (MBL) e membros do Democratas (DEM). Então esses atores se revelaram como verdadeiros esquerdistas, porém com viés mais liberal e menos comunista. A tática de demonizar o Chefe do Executivo foi a mesma adotada por esses, como aqueles da extrema-esquerda, o que acabou revelando sua posição dentro dos espectros políticos como uma nova esquerda "menos feia".

Mas essa revelação da New Left só pôde ser feita graças ao Presidente Bolsonaro buscar manter-se fiel aos seus princípios (dentro das possibilidades políticas reais). E o que começou como um fenômeno oriundo de uma profunda insatisfação com a esquerda das últimas décadas, tornou-se uma base sólida que dificilmente será menor do que a casa dos 32% de eleitores. Ok, mas por que esse apanhado todo? É preciso compreender que Jair Bolsonaro ainda detém 1/3 ou até mais do eleitorado de apoio, e a gigantesca manifestação do último dia 15 comprova isso. Para esse raciocínio, é preciso entender o que foi o contexto do movimento do último sábado.

Antes da manifestação, o DataFolha (pertencente ao Grupo Folha, que não esconde mais seu antagonismo ao Presidente) divulgou uma pesquisa que apontava Lula com 46% dos votos e Bolsonaro apenas com 23%, no dia 13/05/2021. Em contraponto, o Instituto Paraná Pesquisas apontou apenas 10 dias antes, 03/05/2021, que Bolsonaro detinha 32,7% dos votos e Lula, 29,3%. Independente de quem esteja certo ou errado aqui, o ponto fundamental é observar a total falta de credibilidade e possibilidade de manipulação de pesquisas eleitorais. Afinal, é inimaginável ver um candidato perder quase 10 pontos percentuais e outro ganhar 17% em uma única semana.

Entendido isso, a primeira coisa que você precisa se desligar nesse momento é de pesquisas eleitorais. Pois, assim como em 2018 elas não mostravam o real cenário nem de perto, hoje parece que o descolamento com a realidade desses institutos "estatísticos" (que parecem mais torcida de números) é muito maior. Também não se apegue às notícias, pois é visto a olhos nus que a maioria dos jornalistas (seja por pura militância, ou por raiva mesmo) hostilizam a "céu aberto" o Presidente Bolsonaro. Busque os fatos no que você vê com seus olhos, e não com os olhos de outros. Seja crítico e questione o que te falam sempre, independente do seu lado.

Tomada essa distância, é possível concluir que Bolsonaro não deverá ganhar a eleição facilmente, contudo sua força política não pode ser subestimada, como faz o candidato "coroné" do Ceará (que deixou o estado com um dos maiores índices de criminalidade do Nordeste, porque não do Brasil), Ciro Gomes. E algo a ser observado na manifestação de sábado é que não eram moradores de Brasília que estavam lá. Eram pessoas de vários cantos, que andaram milhares de quilômetros, gastaram dinheiro, dormiram mal, mas não deixaram de mostrar seu apoio ao Presidente. E novamente, cabe salientar, tudo isso em meio a uma pandemia, algo que já deveria (e deve) desencorajar muitos de saírem nas ruas. Ou seja, pode-se presumir que as manifestações que apoiam Bolsonaro poderiam ser ainda maiores. Mas seja esquerdista, new left, centro, ou direita, algo que é nítido atualmente, é que ninguém, em sã consciência, deverá acreditar em pesquisas eleitorais.

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